Yana Salum Alecrim
Integrante do “Vem Pra Vida”, psicóloga
Neste mês, trazemos a temática do Vem Pra Vida (coordenadoria de saúde mental da Juventude Batista Brasileira), com o tema: “De Coração Sincero”. Ao pensar e refletir sobre o tema, decidimos falar sobre um coração sincero e aberto diante do Senhor, pois é Ele quem conhece o nosso coração, muito mais do que nós mesmos, como sua Palavra diz no Salmo 139.23: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos”.
Como adolescentes e jovens, sempre ouvimos na Igreja, dos nossos pais, familiares ou líderes, sobre o pecado. Sabemos que, basicamente, o pecado é aquilo que nos afasta de Deus e que seu salário é a morte. Contudo, às vezes vacilamos, deixando de lado a vida com Deus e acabamos nos rendendo ao pecado. Quando nos damos conta, estamos tão detonados e no fundo do poço, que a vergonha e o medo tomam conta do nosso ser.
Não é errado sentir vergonha ou medo por um momento. O que não devemos fazer é permitir que o medo e a vergonha nos paralisem a ponto de não conseguirmos entrar na presença do Pai para nos arrependermos e confessarmos nossos pecados para Aquele que é fiel e justo para perdoar. Quando estamos nEle, toda vergonha, medo, angústia, sentimento de solidão e tristeza são transformados por Sua graça regeneradora!
Tomemos como exemplo a sinceridade diante do Senhor que Ana teve no templo. Angustiada e amargurada, ela derramava sua alma diante dAquele que a conhece, o Deus Altíssimo. Ana não podia ter filhos, pois era estéril. Todos os anos sofria humilhações vindas da outra mulher de seu marido, Penina, a qual possuía dez filhos. Ana então orou ao Senhor no templo, com toda a sinceridade do seu coração: “Certa vez quando terminou de comer e beber em Siló, estando o sacerdote Eli sentado numa cadeira junto à entrada do santuário do Senhor, Ana se levantou e, com a alma amargurada, chorou muito e orou ao Senhor. E fez um voto dizendo: “Ó Senhor dos Exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, te lembrares de mim e não te esqueceres de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias de sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados” (I Sm 1.9-11 NVI).
Ana, sem ressalvas, vergonha ou medo, não se sentiu intimidada nem revidou as humilhações vindas de Penina. Antes, correu para os braços do Senhor, onde sabia que teria o ouvido disponível, amoroso e cuidadoso de um Pai que se preocupava com seu coração ferido. Ela pediu um filho ao Senhor e Ele lhe deu Samuel, e ela exultou de alegria e cumpriu a promessa feita ao Senhor, dedicando-o a Ele.
Precisamos aprender a entrar na presença de Deus com sinceridade. Ele conhece o nosso coração e tem poder para nos dar uma coroa ao invés de cinzas, óleo de alegria ao invés de pranto e manto de louvor em vez de espírito deprimido, como diz Isaías 61. Não precisamos fingir ser filhos perfeitos, porque não é isso que Ele quer. Ele quer sinceridade, assim como Ana, que entrou amargurada em Sua presença, e Ele a ouviu, atendeu ao desejo do seu coração e mudou completamente a sua perspectiva.
O Senhor nos vê em secreto, e, por mais que erremos por sermos humanos, quando nos permitimos, através do Espírito Santo, arrepender-nos dos nossos erros e pecados, Ele nos ouve e nos transforma. O desejo do Pai não é que continuemos em uma vida de pecados por sermos humanos, mas que busquemos ser cada dia mais parecidos com Ele. Assim, dar lugar para que Ele alcance nossa mente e coração para transformar nossos comportamentos e refletir a Sua glória!
A Bíblia nos diz em Hebreus 10.22 “Portanto, cheguemos perto de Deus com um coração sincero e uma fé firme, com a consciência limpa das nossas culpas e com o corpo lavado com água pura”. Na cruz, Jesus nos lavou com Seu sangue, levando consigo todas as nossas culpas, vergonhas, medos, angústias, e, nEle, somente nEle, podemos viver uma vida abundante! Ele quer retirar de nós as vestes de pano de saco cobertas de cinza, que não nos cabem mais, e nos vestir com roupas novas, de alegria, graça, regeneração, cura e libertação!